Hoje vou apresentar um post em homenagem aos funcionários do bar do Hospital S.João, cuja simpatia e vontade de servir o próximo me espantaram, a ponto de, no final, lhes propôr que entregassem o curriculum vitae no Cartola.
As personagens eram poucas, mas de uma riqueza indiscutível. Assim, foram 3 os funcionários que "aborreci". A primeira era a Dª Armenelegilda (apesar de não parecer, trata-se de um nome fictício), encarregue da dificílima tarefa de:
1-Ouvir que o cliente (Eu) quer uma garrafa de água;
2-Lembrar-se que tal exótica e raríssima escolha pode ter 2 volumes (33cl e 1,5L) e que para cada um deles há um preço específico
3-Perguntar-me qual a minha escolha
4-Aguardar a resposta com um sorriso na face (se bem que chamar face àquilo tem que se lhe diga...e na verdade, funcionários com 10 anos de casa já não têm os musculos faciais que permitem sorrir)
5-Olhar para os meus 40cêntimos e fazer logo o cálculo lixadissimo de 40-30(o preço da garrafa pequena)=10 cêntimos(Ufaaa!)
6-Entregar o troco e o talão olhando para o cliente (esqueçam esta última parte) e desejar-lhe um bom fim-de-semana(não só porque era 6ªfeira, mas também porque aquela merda é um hospital e, das três uma:ou sou funcionário, ou doente, ou familiar de doente e todas estas pessoas merecem um "bom fim de semana"...ok,excepto o Baldé).
Depois, porque o sucesso daquele negócio está dependente de uma rede complicadissima e organizadissima de distribuição de tarefas, aparecia o Sr.Anastácio Lopes da Silva(bigode, pança enorme) que pegava na merda do talão, perguntava se era fresca ou natural e depois ia buscá-la ao frigorifico ou à montra(se eu a quisesse fresca ou natural, respectivamente...), tudo isto com um ar sobrecarregadíssimo, como se estivesse a construir uma porra duma pirâmide no Egipto.
Parvo como sou, resolvi comprar mais 2 garrafitas para oferecer a 2 pessoas que estavam lá em cima na sala de espera. A expressão da D.ª Armenelegilda quando me voltei a aproximar da caixa fez lembrar o esgar de dor causada pelo lento atravessar de agulhas pelos seus grandes lábios enquanto 10 bigornas caiam repetidamente em cima dos seus mamilos, motivada obviamente pela trabalheira de repetir a tarefa anterior, com a agravante de ter de multiplicar 30 cêntimos por dois e calcular o troco para o euro que lhe entreguei. Não é qualquer um...
O 3º funcionário foi o que recebeu os meus derradeiros talões, de seu nome Sr.Carmelino Lopes da Silva. Era um senhor estrábico, que apenas sai do anonimato porque lhe devo ter dado a maior trabalheira da tarde inteira ao pedir, vejam lá!!!, uma garrafa de água NATURAL e outra FRESCA.Que abuso...imagino o nó que lhe dei na cabeçona!
4 comentários:
É claro que no dia seguinte a pobre senhora foi melgar o juízo ao seu Médico de Família para que lhe desse uns 30 dias de baixa para recuperar do esforço dispendido.
Quero desde já expressar a minha solidariedade para com os podres indíviduos..O caro colega conseguiu em cerca de meia hora destabilizar completamente a rotina de tais pessoas podendo ser responsável por uma crise depressiva, uma lombalgia e uma hemorróida..Há que não esquecer que estão ali a fazer um favor não é que lhes paguem para darem água às pessoas, além disso são funcionários públicos e está escrito nas regras que têm que ser antipáticos não fossem as pessoas gostar do atendimento e voltar para pedir mais coisas..
Quase que me esuqecia: O puré tem uma anilha como a cloaca de uma galinha!!
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